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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Os principais períodos da Filosofia - esquema didático

OS PRINCIPAIS PERÍODOS DA FILOSOFIA (PROF. ROGÉRIO ANDRADE)

A. Filosofia Antiga (do século VI a.C. ao século VI d.C.)

     Período pré-socrático (final do séc. VII ao final do séc. V a.C.): também denominado de cosmológico e tem como preocupação fundamental a origem do mundo e as causas das transformações da natureza.
Os principais filósofos pré-socráticos:

a)  Escola Jônica: Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Anaximandro de Mileto e Heráclito de Éfeso.
b)    Escola Itálica: Pitágoras de Samos, Filolau de Crotona e Árquitas de Tarento.
c)    Escola Eleata: Parmênides de Eléia e Zenão de Eléia.
d) Escola Pluralista: Empédocles de Agrigento, Anáxagoras de Clazômenas, Leucipo de Abdera e Demócrito de Abdera.

·   Período socrático (final do séc. V e todo o séc. IV a.C.): também denominado de antropológico, tem como tema central a investigação sobre as questões humanas procurando entender o lugar do homem no mundo.
Principais pensadores deste período:
a)     Os sofistas: Protágoras de Abdera, Górgias de Leontini e Isócrates de Atenas.
b)    Sócrates e Platão.

·    Período sistemático (final do séc. IV ao final do séc. III a.C): a busca de reunir e sistematizar tudo o que foi pensado em termos de cosmologia, ética, técnica e política. Desenvolvimento da metafísica propriamente dita.
Principal filósofo:
a)     Aristóteles.

·         Período helenístico (final do séc. III a.C. até o séc. VI d.C.): preocupação com a ética, com o conhecimento humano e com as relações entre o homem e a natureza e de ambos com Deus.
Principais teorias filosóficas:
a)    Estoicismo, epicurismo, ceticismo e neoplatonismo.



B. Filosofia Patrística (do século I ao século VII d.C.)

• Inicia-se com as Epístolas de São Paulo e o evangelho de São João e termina com o início da Filosofia Medieval;
• Estabeleceu uma tentativa de conciliar o cristianismo com o pensamento filosófico greco-romano;
• Liga-se à tarefa religiosa da evangelização e à defesa da religião cristã contra os ataques dos “pagãos” e contra as heresias;
• Divide-se em Patrística Grega (Igreja de Bizâncio) e Patrística Latina (Igreja Romana);
• Introduziu-se as idéias de criação do mundo a partir do nada, do pecado original do homem, de Deus como trindade Uma, da encarnação da morte de Deus e ressurreição dos mortos;
• Precisou explicar a origem do mal, visto que tudo tem origem em Deus que é bondade pura;
• Transformou as idéias cristãs em verdades reveladas por Deus e, por serem decretos divinos, em dogmas;
• Tinha como temática principal a possibilidade ou não de conciliar razão e fé, representadas pelas seguintes posições principais:
 São inconciliáveis e a Fé é superior à Razão – “creio porque é absurdo.”
 São conciliáveis, mas subordinava-se a Razão à Fé – “creio para compreender.”
 São inconciliáveis e cada uma deve ocupar o seu campo próprio de conhecimento e não devem misturar-se.

C. Filosofia Medieval (do século VII d.C ao século XIV d.C.)

• É o período também conhecido como Escolástica e tem como principal influência o pensamento de Platão, de Aristóteles e de Santo Agostinho;
• Conservava e mantinha a mesma ordem de problemas que a Patrística, mas acrescentando o problema dos Universais;
• Corresponde ao surgimento da Filosofia Cristã propriamente dita – a Teologia;
• Temas principais:
 Provas da existência de Deus;
 Imortalidade da alma;
 Demonstrações racionais da existência o infinito criador e do espírito humano imortal;
 Utilização do método conhecido como Disputa; subordinação ao princípio de autoridade.

D. Filosofia da Renascença (do século XIV d.C ao século XVI d.C.)

• Marcada pela redescoberta de Platão e Aristóteles, bem como da recuperação das obras dos grandes autores e artistas gregos e romanos;
• É a valorização do Humanismo, isto é, do homem como centro do universo. As suas linhas de pensamento predominantes:
 Derivada de Platão (obras Banquete, Fédon e Fedro), do Neoplatonismo e do Hermetismo (“Filosofia Oriental”) – concebia-se a natureza com um ser vivo, dotada de uma alma universal e o homem como um microcosmo, parte da natureza, que pode conhecê-la e pode alterá-la. Predomínio da magia natural, d alquimia e da astrologia;
 Influência dos pensadores florentinos com a valorização da vida política e a defesa dos interesses políticos e econômicos das cidades-estados italianas contra o poder do Império Romano-Germânico. Propuseram um retorno aos ideais políticos da antiguidade;
 Aquela que propunha o ideal do homem como artífice de seu próprio destino, quer seja através do conhecimento, da política, das artes ou das técnicas.

E. Filosofia Moderna (do século XVII d.C. a meados do século XVIII d.C.)

• É o período conhecido como o grande Racionalismo Clássico;
• Caracterizado pelo ceticismo oriundo do pessimismo teórico que duvida da capacidade humana para conhecer a realidade exterior e o homem;
• É também a tentativa de superação do ceticismo pela proposição das seguintes principais mudanças teóricas:
 Inversão do ponto de partida para a reflexão filosófica que deve ter como ponto de partida o conhecimento do próprio sujeito em lugar de começar pela investigação da natureza e de Deus. É o surgimento da teoria do conhecimento ou Epistemologia com os seus problemas fundamentais como se é possível o conhecimento de si mesmo e do mundo.
 A concepção em torno do objeto do conhecimento que passa a ser representado por um conceito ou idéia clara e distinta, isto é, o mundo é conhecido quando pode ser representado intelectualmente;
 A compreensão da natureza como um sistema ordenado de causas e efeitos necessários que pode ser descrito matematicamente. Tais causalidades são físicas-matemáticas são perfeitas e plenamente conhecíveis pela razão, é o nascimento da Mecânica.

F. Filosofia da Ilustração ou Iluminismo (meados do século XVIII ao começo do século XIX)

• Este período também crê nos poderes da razão, também denominada de “As luzes”, é a etapa de afirmação do ideário burguês de sociedade e da crença na maioridade humana por meio do uso da razão;
• Principais afirmações do Iluminismo:
 Pela razão, o homem pode conquistar a liberdade e felicidade social e política;
 A razão é capaz de aperfeiçoamento e progresso, e o homem é um ser perfectível, na medida em que consegue se liberar dos preconceitos religiosos, sociais e morais por meio do avanço das ciências, das artes e da moral laica;
 O aperfeiçoamento da razão se realiza pelo progresso das civilizações, que vão das mais atrasadas às mais avançadas;
 Há a diferença entre a natureza e a civilização, sendo a primeira o reino do necessário e a segunda o reino da liberdade.

Fonte:
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 13ª ed. 1ª impr. São Paulo: Ática, 2003.

O Estado Moderno - esquema didático


O ESTADO MODERNO - POLÍTICA (PROF. ROGÉRIO ANDRADE)

A. Poder e Força:

• Poder – capacidade de agir, de produzir efeitos sobre indivíduos ou grupos humanos;
• Força – instrumento para exercício do poder.

B. Estado – origem e legitimidade do poder:

• Estado como monopólio da força;
• Princípios de legitimidade do poder:
 Divindade;
 Hereditariedade;
 Virtude;
 Vontade do povo.
• Concepções sobre a origem e legitimidade do poder:
 Cosmológica – naturalística;
 Teológica – divina;
 Antropológica – contratualista.

C. O surgimento do Estado Moderno:

• Desintegração do mundo feudal;
• Centralização e concentração:
 Das forças armadas e do monopólio da violência;
 Da estrutura jurídica;
 Da cobrança de impostos;
 Da burocracia administrativa.

D. Elementos do Estado Moderno:

• Povo / Nação;
• Território;
• Soberania – governo.

E. Funções do Estado:

• Garantir a soberania;
• Manter a ordem;
• Promover o bem-estar social.

F. Formas de Governo x tipos de Estado:

• Formas de governo:
 Visão clássica (Aristóteles): critérios quantitativos e qualitativos;
 Visão moderna: Monarquia e República.
o Monarquia
o Oligarquia
o Gerontocracia
o Democracia
o República: Presidencialismo e Parlamentarismo
o Teocracia
o Ditadura / Totalitarismo.

• Tipos de Estado:
 Simples ou Unitários: organização política única, sem divisões internas;
 Compostos:
Formas: união pessoal (um ou mais Estados sob o governo de um monarca); união real (dois ou mais Estados sob o governo de um monarca com relativa autonomia administrativa); incorporada (unificação definitiva de dois ou mais Estados); confederação de Estados (direito de separação, mantém-se a soberania externa dos estados-membros e autoridade interna) e Federação / União (renúncia da soberania externa dos estados-membros e perda da autonomia interna).

G. Classificação dos Estados Modernos:

• Totalitários;
• Liberais;
• Social-democráticos.

H. Formas do Estado Moderno:

• Estado Absolutista: intervenção e protecionismo; função negativa;
• Estado Liberal: individualismo, liberdade e propriedade; guardião da ordem (teorias do Laissez-faire, laissez-passer e da Mão Invisível); Estado Democrático de Direitos – soberania popular.
• O Estado Fascista e o Estado Soviético: totalitarismo; fascismo (plena adesão ao líder e ao regime) e socialismo soviético (planificação econômica);
• O Estado do bem-estar social: Estado keynesiano, Estado social-democrático ou Welfare State. Intervenção limitada na economia.
• O Estado Neoliberal: Estado Mínimo; política de privatização e terceirização.

Fonte:

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando, introdução à Filosofia. 4ª ed. ver. São Paulo: Moderna, 2009.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 13ª ed. 1ª impr. São Paulo: Ática, 2003.
TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio. 1ª ed. São Paulo: Atual, 2007.
LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Sociologia Geral. 7ª ed. rev. Ampl. São Paulo: Atlas, 2009.

Introdução à Sociologia - esquema didático


INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA - PROF. ROGÉRIO ANDRADE

A. O que é Sociologia?

• A Sociologia é uma ciência social que estuda a sociedade;

 Ciência – conhecimento racional da realidade por meio da experimentação;
 Ciência social – trata dos fatos e dos fenômenos sociais como realidades existenciais; tem uma matéria-objeto que é o fenômeno sociológico; tem uma estrutura formal, conceitual; utiliza métodos e técnicas de pesquisa apropriados e tem uma função e uma práxis para o aperfeiçoamento da sociedade.
 Sociedade – refere-se ao ambiente próprio do ser humano.

B. Objetivos da Sociologia

• Objetivos meta-científicos: abordar setores do conhecimento social, que muitas vezes pertencem a áreas do conhecimento social de outras disciplinas sociais.
• Objetivos científicos: estudar a sociedade humana com um grande complexo de relações humanas ou como um sistema de interação.

C. Por que estudar Sociologia?

• É de vital importância para compreender a problemática dos fenômenos coletivos que afetam as sociedades nacionais e locais;
• A tarefa do sociólogo é subsidiar políticas que possam contribuir para a construção da sociedade, embora a realização de tais tarefas não dependa dele;

D. O desenvolvimento histórico da Sociologia

• A preocupação com os problemas sociais não é atrelada ao surgimento da Sociologia;
• Os precursores helênicos: A filosofia de Platão e de Aristóteles – a abordagem dos problemas sociais está relacionada à concepção natural de homem e de sociedade; abordam a organização do governo ideal ou justo, isto é, como a sociedade deve estar organizada para a realização da justiça;
• Os precursores medievais: de influência da religiosidade cristã, o pensamento social estará vinculado à formação de uma comunidade de fiéis; Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino;
• Os precursores renascentistas: marcado pelo surgimento de uma mentalidade política pautada na vontade e na racionalidade humanas, o contrato social; Thomas Campanella, Nicolau Maquiavel, Thomas Morus, Thomas Hobbes, John Locke, Jean Bodin, Baruch Spinoza;
• Os precursores do século XVIII (Iluminismo): constituindo-se como uma ruptura com o teocentrismo cristão o pensamento social se volta para o mundo e para a sociedade mais do que nunca entendidos como resultado da capacidade racional de conhecer ou de fundamentar; Charles de Montesquieu, Jean-Jacques Rousseau, Adam Smith, Saint Simon, David Hume;
• Os precursores do século XIX: a Sociologia nasce na França do século XIX com o pensamento de Auguste Comte na tentativa de apresentar uma ciência social que se espelhasse no modelo de entendimento de mundo das ciências naturais, nascia assim o positivismo sociológico. Outros pensadores importantes: Herbert Spencer, Karl Marx, Émile Durkheim, Ferdinand Tönnies, Gabriel Tarde, Max weber, Pitirim Sorokim, Talcott Parsons..
• Os precursores da sociologia no Brasil: Silvio Romero, Tobias Barreto, Euclides da Cunha, Gilberto Freyre, Darcy Ribeiro, Sérgio Buarque de Holanda, Fernando Henrique Cardoso, Antonio Candido...

E. As grandes transformações no Ocidente e o surgimento da Sociologia

• Desagregação da sociedade feudal e o surgimento da sociedade capitalista;
• Expansão marítima e o comércio ultramarino;
• O metalismo e o escravismo;
• O surgimento dos Estados Nacionais Modernos;
• A ascensão da burguesia comercial e posteriormente industrial;
• O Renascimento Cultural e científico;
• A Reforma Protestante;

Fonte:
DIAS, Reinaldo. Fundamentos de Sociologia. 4ª ed. Campinas: Editora Alínea, 2009.
FERRARI, Alfonso Trujillo. Fundamentos de Sociologia. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1983.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Sociologia geral. 7ª ed. rev. Ampl. São Paulo: Atlas, 2009.
TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio. 1ª ed. São Paulo: Atual, 2007.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

As etapas da Filosofia Grega - esquema didático

AS ETAPAS DA FILOSOFIA GREGA - PROF. ROGÉRIO ANDRADE

A. O Período Pré-socrático (final do século VII a.C. ao final do século V a.C.)
• Denominado de Filosofia da Natureza (Physis);
• Marcado pela cosmologia ou cosmo-ontologia;
• É a busca da arkhé (arché) – princípio constitutivo natural, eterno, imperecível e imortal gerador de todos os seres.

B. O Período socrático (final do século V a.C. e todo o século IV a.C.)
• Problematização das questões humanas no plano da ação, dos comportamentos – marcado pelas questões morais e políticas;
• Confiança na racionalidade humana para conhecer a si mesma e ao mundo;
• Definição das virtudes morais e das virtudes políticas;
• Separação entre a dóxa e a episteme – Sofistas e Sócrates e Platão.

C. O Período Sistemático (final do século IV a.C ao final do século III a.C.)
• Representado principalmente pelo pensamento de Aristóteles;
• Caracterizado pela sistematização do saber cosmológico e antropológico – é a compreensão da Filosofia como totalidade do saber humano; o Enciclopedismo Clássico.

D. O Período Helenístico (final do século III a.C até o século VI d.C.)
• Caracterizado por uma filosofia de caráter cosmopolita – decadência da polis grega;
• Marcado pelas questões éticas, do conhecimento humano e das relações entre o homem e a natureza, relações entre o homem e Deus – estoicismo, epicurismo, ceticismo e neoplatonismo;
• Influência do pensamento Oriental – orientalização da filosofia.

A HERANÇA FILOSÓFICA GREGA

• A natureza é regida por leis e princípios universais e segue uma ordem necessária e não casual ou acidental;
• O conhecimento verdadeiro deve encontrar as leis e princípios e necessários e deve demonstrar sua verdade por meio de “provas” ou argumentos racionais;
• A idéia de que o pensamento humano pode conhecer plenamente as leis necessárias e universais da natureza;
• A razão ou o pensamento humano opera segundo leis e princípios universais e necessários com os quais podemos distinguir o verdadeiro e o falso;
• As decisões e práticas humanas (moral, política, técnica e artes) dependem da vontade livre e racional ou apaixonada (emotiva), segundo valores e padrões sociais;
• Os acontecimentos naturais e humanos são necessários ou contingenciais, pois obedecem a leis naturais ou humanas ou são fruto das decisões humanas em condições determinadas;
• A idéia de que os seres humanos naturalmente aspiram ao conhecimento verdadeiro, à justiça e à felicidade; não agem de modo aleatório, mas instituem para si mesmos valores pelos quais dão sentido às suas vidas e às suas ações.

Fonte:
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 13ª ed. 1ª impr. São Paulo: Ática, 2003.