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sábado, 3 de março de 2012

Por que a Finlândia chegou ao 3º lugar no ranking do PISA em 2009?


Por que a Finlândia chegou ao 3º lugar no ranking do PISA em 2009?
José Rogério de Pinho Andrade

 O PISA (Programme for International Student Assessment - Programa Internacional de Avaliação de Alunos) é aplicado de forma amostral segundo os critérios definidos pelo Consórcio Internacional contratado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Humano (OCDE). O perfil dos participantes é o de jovens na faixa de 15 anos de idade matriculados no 8º ano (antiga 7ª série) em diante, até o final do Ensino Médio. Segundo o site do INEP (www.inep.gov.br), em 2009 no Brasil participaram 950 escolas e 20.127 (vinte mil e cento e vinte sete) alunos.
Em entrevista ao jornalista Leonardo Cazes de “O Globo”, o finlandês Pasi Sahlberg autor do livro “Finish Lessons: what can the world from educational change in Finland? (algo como, Lições Filandesas: o que o mundo pode aprender com a mudança educacional na Finlândia?) e também diretor de um centro de estudos vinculado ao Ministério da Educação daquele país, apresenta algumas das principais razões para o sucesso educacional de lá. São elas:

1. Maior preocupação com a qualidade dos professores e dos ambientes de aprendizado.
2. Todo sistema escolar é financiado pelo Estado, a educação básica é pública.
3. Igualdade de oportunidade de acesso a uma educação de qualidade e aumento do nível educacional da população.
4. Compromisso da sociedade pela igualdade de acesso a uma educação de qualidade.
5. Focar as escolas para que elas possam ajudar as crianças a ter sucesso; valorização do bem-estar das crianças.
6. Educação primária de qualidade; ênfase no aprendizado da primeira infância.
7. Formação de professores em universidades de ponta.
8. Política Pública Educacional estável (a da Finlândia não muda em seus princípios desde 1970).
9. Ver as crianças como indivíduos com necessidades e interesses diferentes e não como apenas futuros membros do mercado.
10. “Reformas guiadas pelo mercado, com foco em competição e privatização não são a melhor maneira de melhorar a qualidade e a equidade na educação”.
11. Reconhecer que “professores são profissionais de alto nível, como médicos ou economistas” e precisam de uma sólida formação teórica e treinamento prático.
12. “O salário dos professores deve estar no mesmo patamar de outras profissões com o mesmo nível de formação no mercado de trabalho”.
13. Controle dos professores que entram para a profissão e garantia de que somente os melhores e mais comprometidos continuem.
14. O foco é a pedagogia entre as pessoas, a tecnologia é ferramenta complementar.
15. Não há avaliações de desempenho periódicas e padronizadas de alunos e professores.

Como o autor reforça na entrevista, não há fórmula mágica para a transformação da educação, mas há alguns caminhos razoáveis.
Bem que poderíamos copiar alguns destes itens para o modelo educacional brasileiro, em especial aqueles que tratam de valorizar os professores, a começar por seus salários.

Fontes:


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