Filosofia ajuda alunos a refletir e tomar decisões
Autor: Júlio César Paes
Após
quase 40 anos, as disciplinas de filosofia e sociologia foram novamente
incorporadas ao currículo do ensino médio, em junho de 2008, com a entrada em
vigor da Lei 11.684. A medida tornou obrigatório o ensino das duas disciplinas
nas três séries do ensino médio. Elas haviam sido banidas do currículo em 1971
e substituídas por educação moral e cívica.
A nova
legislação deu força de lei ao Parecer 38/2006, do Conselho Nacional de
Educação (CNE), que tornava obrigatória a inclusão de filosofia e sociologia no
ensino médio sem estabelecer, no entanto, em que série deveria ser implantada.
Na época, as duas disciplinas já eram adotadas em instituições de ensino médio
de 17 estados brasileiros.
De acordo
com a presidente do Conselho Nacional de Educação, Clélia Brandão Alvarenga
Craveiro, a escola brasileira, de um modo geral, carece muito de uma dimensão
crítica e analítica. “Não dá para deixar esse trabalho para fazer depois,
quando o estudante chegar a universidade”, diz. Em sua opinião, a escola
precisa trabalhar com a metodologia investigativa desde o início e, no ensino
médio, os conteúdos de filosofia e sociologia, os temas que são extremamente
importantes do ponto de vista da cultura escolar também proporcionam uma
metodologia muito mais intensiva em relação ao aspecto de refletir e tomar
decisões a partir de uma análise da realidade.
Para
Clélia Brandão, o conteúdo da filosofia é extremamente importante, pois dá a
visão de desenvolvimento, das relações entre as pessoas. “Para construir a
cidadania o cidadão precisa estar preparado para enfrentar a complexidade deste
mundo. Uma das exigências é que ele tenha capacidade de selecionar informações
e refletir sobre o que acontece no mundo”, justifica.
O Brasil
tem carência de professores de filosofia para o ensino médio, mas o problema
não é isolado. Também faltam professores de outras disciplinas como física,
química, matemática, biologia, português, e artes. Segundo dados do último
Censo Escolar, cerca de 350 mil professores em exercício não possuem formação
em nível de graduação e aproximadamente 300 mil atuam em área diferente daquela
em que se graduaram.
O Parecer 8/2008 do CNE criou a chamada
segunda licenciatura, voltada especificamente para o atendimento de professores
que estão lecionando disciplinas para as quais não têm a graduação específica.
É o Programa Emergencial de Segunda Licenciatura para Professores em exercício
na Educação Básica Pública, a ser coordenado pelo MEC em regime de colaboração
com os sistemas de ensino.
Além
disso, decreto assinado em janeiro deste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula
da Silva estabeleceu a política nacional de formação de profissionais do
magistério. A União deverá atuar em regime de colaboração com estados,
municípios e o Distrito Federal para a formação inicial e continuada de
professores para as redes públicas da educação básica estaduais e municipais. A
formação para os professores faz parte das metas do Plano de Ações Articuladas
(PAR).
(Fátima
Schenini)
Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/conteudoJornal.html?idConteudo=349
Acesso:
21.09.2011
Rogério Andrade
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