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terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Parábolas Filosóficas - As três peneiras de Sócrates

As três peneiras de Sócrates
Por: José Rogério de Pinho Andrade

Um dia um homem foi consultar o filósofo Sócrates e lhe disse:
- Ouça, Sócrates, eu preciso lhe dizer como foi que seu amigo se comportou.
- Interrompo você de cara! - respondeu Sócrates. - Você pensou em passar pelas três peneiras o que me vai dizer?
E como o homem olhava para ele com olhar de espanto, completou:
- Pois é. Antes de falar, é preciso passar pelas três peneiras o que se vai dizer. Vejamos. A primeira peneira é a da verdade. Você verificou se isso que você tem para me contar está realmente correto?
- Não, eu ouvi dizer e ...
- Tudo bem! Mas suponho que você fez passar pelo menos pela segunda peneira, que é a da bondade. O que você quer me contar é, ao menos, uma coisa boa?
O homem hesitou e depois respondeu:
- Não, infelizmente não é nada de bom, ao contrário...
- Hum!... observou o filósofo. - Ainda assim, vejamos a terceira peneira. O que você está com vontade de me dizer é uma coisa útil para se contar?
- Útil? Não é bem assim...
- Então não falemos mais nisso! - disse Sócrates. - Se o que você tem para me dizer não é verdadeiro, nem bom, nem útil, prefiro ignorá-lo. E até aconselho você a esquecer...
(Apólogo do filósofo grego Sócrates) 

Referência:

PIQUEMAL, Michel. Fábulas filosóficas. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. p.42-43.

Parábolas Filosóficas - Os porcos-espinho

Por: José Rogério de Pinho Andrade


Um dia friorento de inverno, os porcos-espinho se grudavam uns com os outros, para se manterem aquecidos. Mas, de tantos se estreitarem, logo sentiram a dor dos espinhos que espetavam e tiveram de se afastar. Quando sentiram muito, muito frio, o instinto os empurrou para se aconchegarem mais. Entretanto, sentiram novamente as picadas dos espinhos. E assim foram juntando-se e se separando diversas vezes, até encontrarem finalmente a distância certa.
(Fábula contada pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer - 1788/1860).

Referência:

PIQUEMAL, Michel. Fábulas filosóficas. Ilustração Philippe Lagautrière, trad. Irami B. Silva. 2 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. p. 10.