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sábado, 26 de fevereiro de 2011

Oscar Wilde - A alma do homem sob o Socialismo - Parte II

Trechos do livro de Oscar Wilde - A alma do homem sob o Socialismo.
José Rogério de Pinho Andrade.

"Um homem pode ceder às exigências da caridade e ainda assim ser livre, mas não permance livre aquele que cede às exigências da conformação."


"[...] há como se deixar a humanidade entregue a si mesma, mas não há como governar a humanidade. [...] pois toda autoridade é degradante."

"[...] e uma sociedade se embrutece infinitamente mais pelo emprego frequente de punição do que pela ocorrência eventual do crime. Segue daí que, quanto mais punição se aplica, mais crime se gera."


"Um mapa-múndi que não inclua a Utopia não é digno de consulta, pois deixa de fora as terras à que a Humanidade está sempre aportando. [...] O progresso é a concretização de Utopias."

"A arte nunca deveria aspirar à popularidade, mas o público deve asprirar a se tornar artístico."

"A vulgaridade e a estupidez são dois fatos muito presentes na vida moderna."

"O fato é que o público tem uma curiosidade de conhecer tudo, exceto o  que é digno de se conhecer."

"Um verdadeiro artista não dá atenção ao público. Este não existe para ele. Um artista não tem tortas recheadas com ópio ou mel com os quais adormeça ou anime o monstro."


"Há o seguinte a se dizer a favor do déspota: ele, como indivíduo, pode ter cultura; a plebe, por ser monstro, não tem nenhuma."

"Há três espécies de déspota.Há o que tiraniza o corpo. Há o que tiraniza a alma. Há o que tiraniza o corpo e a alma. O primeiro chama-se Príncipe, O segundo chama-se Papa. O terceiro chama-se Povo."

"À perversidade do Papado, muito deve a humanidade."

"Todos os déspotas corrompem. O Povo corrompe e embrutece."

"Mas de importância alguma é o passado. De importância alguma, o presente. É com o futuro que temos de tratar. Pois o passado é o que o homem não deveria ter sido. O presente é o que o homem não deve ser. O futuro é o que os artistas são."

"[...] o Individualismo não exerce nenhuma coação sobre o homem. Diz-lhe, pelo contrário, que não permita que nenhuma coação se exerça sobre ele."

"Egoísmo não significa viver como se deseja, mas sim pedir aos outros que vivam como se deseja. E altruísmo significa deixar a vida de outrem em paz, não interferir nela. O egoísta sempre visa criar em torno de si uniformidade absoluta. O altruísta reconhece satisfeito a diversidade, aceita-a, concorda com ela, desfruta-a."


"Uma rosa vermelha não é egoísta por querer ser uma rosa vermelha. Mas seria terrivelmente egoísta se quisesse que as demais flores do jardim fossem tanto rosas quanto vermelhas."

"Quando o homem tiver compreendido o Individualismo, terá também compreendido a solidariedade e a praticará livre e espontaneamente."

"Toda solidariedade é pura, mas na dor tem sua forma menos pura. Está maculada pelo egotismo. Está inclinada a se tornar mórbida. Há nela um certo temor pela própria segurança. Temos medo de que nós próprios venhamos a ficar como o leproso ou o cego, e ninguém se importe conosco."

"[...] se a solidariedade na alegria causa mais alegria entre nós, a solidariedade na dor, por sua vez, não reduz o sofrimento do mundo."


domingo, 20 de fevereiro de 2011

Oscar Wilde - A alma do homem sob o Socialismo - Parte I

Trechos do livro de Oscar Wilde - A alma do homem sob o Socialismo.
José Rogério de Pinho Andrade


"As emoções do homem são despertadas mais rapidamente que sua inteligência. [...] é bem mais fácil sensibilizar-se com a dor do que com a ideia."

"A meta adequada é esforçar-se por reconstruir a sociedade en bases tais que nela seja impossível a pobreza."

"A caridade cria uma legião de pecados."

"A propriedade não apenas tem obrigações, mas tantas que a sua posse em grandes dimensões torna-se um fardo."

"A desobediência é, aos olhos de qualquer estudioso de História, a virtude original do homem."

"Quanto a pedir esmolas, é mais seguro pedir do que tomar, mas é bem mais digno tomar do que pedir."

"Quanto aos pobres virtuosos, é natural que deles se tenha piedade, mas não admiração."

"[...] as desgraças da pobreza são degradantes ao extremo e exercem de tal forma um efeito paralisador sobre a natureza humana que classe alguma tem consciência de seu próprio sofrimento."

"A verdadeira perfeição do homem reside não no que o homem tem, mas no que ele é."


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A busca da verdade na Antiguidade e no Medievo - uma síntese.

A busca da verdade na Antiguidade e no Medievo - uma síntese.
 José Rogério de Pinho Andrade

1. A filosofia na Antiguidade Clássica Grega



• A filosofia pré-socrática: acreditavam na existência de um princípio que dá origem e sentido ao mundo e que pode ser conhecido por nós por meio da teoria.
  • Heráclito: tudo muda – devir (vir-a-ser). O ser é múltiplo e se constitui na relação de oposição interna (harmonia dos contrários).
  • Parmênides: a imobilidade do ser. O ser é único, imutável, infinito e imóvel. Distinguia entre o mundo sensível e o mundo inteligível.
• A filosofia socrática (clássica): investigava as condições humanas da vida social, moral e política.



  • Os sofistas: sábios itinerantes que cobravam por seus ensinamentos; elaboraram o ideal teórico da democracia; buscavam aperfeiçoar os instrumentos da razão (a coerência lógica e o rigor da argumentação) e iniciavam os jovens na arte da retórica. Para eles o logos não é mais divino, mas decorre do exercício técnico da razão a quem cabe confrontar as diversas concepções possíveis de verdade.
  • Sócrates: costumava conversar com todos; seu método de diálogo tinha duas fases a ironia (fase destrutiva dos conceitos) e a maiêutica (fase construtiva dos conceitos); buscava a elaboração conceitual das ideias como bem, justiça, coragem, virtude, etc. privilegiava as questões morais.
  • Platão: livro VII e A República – “Alegoria (mito) da caverna.” Dois sentido básicos: político (o papel do filósofo no governo da cidade) e o epistemológico (a questão do conhecimento). Teoria dos dois mundos: mundo sensível e o mundo inteligível. Dialética ascendente (do sensível ao inteligível). Teoria da reminiscência: conhecimento como lembrança. Sentidos são ocasião para despertar as lembranças da alma.
  • Aristóteles: elaboração dos princípios gerais da lógica e dos conceitos que explicassem o ser em geral. Metafísica: alma como a forma, o ato, a perfeição de um corpo; os sentidos são a origem do conhecimento e os conceitos são obtidos por meio da abstração; a verdade consiste na adequação do conceito à coisa real; busca as causas mais distantes dos sentidos. A ciência: conhecimento pelas causas. Substância: essência (aquilo que não pode faltar ao ser, senão ele não é) e acidente (aquilo que pode o ser ter ou não ter, sem deixar de ser o que é). Matéria (aquilo de que algo é feito) e Forma (aquilo que faz com que uma coisa seja o que é). Potência (capacidade de tornar-se alguma coisa) e Ato (é a essência da coisa tal como é aqui e agora). A teoria das quatro causas: o movimento é a tendência que todo ser tem de realizar a sua forma própria. Causa material (aquilo de que a coisa é feita), Causa Eficiente (dá impulso ao movimento), Causa Formal (aquilo que a coisa tende a ser) e Causa Final (aquilo para o qual a coisa é feita). Deus: primeiro moto imóvel, o ato puro. Princípio da causalidade (tudo o que se move é necessariamente movido por outro). É necessário admitir uma primeira causa, por sua vez incausada, um ser necessário (e não contingente).

2. A filosofia Medieval: Razão e Fé. Filosofia e Teologia.
  • Patrística: apologia (defesa) do pensamento cristão. A razão a serviço da fé. Santo Agostinho.
  • Escolástica: São Tomás de Aquino: a razão como possibilidade de demonstrar a existência de Deus ou a criação divina do mundo.
  • A questão dos Universais: é o conceito, a ideia, a essência comum a todas as coisas.
  1. Realista: o universal tem realidade objetiva
  2. Realismo moderado: os universais só existem formalmente no espírito, embora tenham fundamento nas coisas.
  3. Nominalistas: o universal é apenas o que é expresso em um nome, são palavras, sem nenhuma realidade específica correspondente.
  4. Conceptualista: os universais são conceitos, entidades mentais, que existem somente no espírito.
Bibliografia:

ARANHA, Maria Lúcia de; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à Filosofia. 4ª ed. rev. São Paulo: Moderna, 2009.